I Seminário Estado, Trabalho, Educação e desenvolvimento: o pensamento crítico latino-americano
Depois de mais de três décadas de aplicação de políticas neoliberais na América Latina, a ofensiva contrarreformista não dá sinais de esgotamento, pelo menos em sua aparência. Seus traços marcantes encontram-se na execução do fundo público, cada vez mais disputado pelo mercado financeiro, com consequências gravíssimas naquilo que são os direitos sociais e subjetivos; nos recursos milionários aplicados à mídia empresarial comprometida com a (con)formação da maioria da população; nas alianças políticas de toda ordem de modo a garantir o pragmatismo eleitoral e a “governança” orquestrada junto ao imperialismo; nos processos de judicialização articulados ao forte aparato policial e militar, que garantem os golpes parlamentares e a criminalização das lideranças e organizações de esquerda e movimentos sociais latino-americanos expressivos (sem-terra, sem-teto, indígenas, quilombolas, negros, gênero, estudantil); nos discursos de cunho moral, que apoiados por intelectuais singulares e coletivos, buscam esgotar o papel político-social da educação e sobretudo do professor; no rejuvenescimento do movimento de “caça às bruxas”.
Fica, pois, cada vez mais clara a necessidade de se pensar a América Latinada, organizar e tornar internacionalizada o movimento da classe trabalhadora que tenha por base a práxis sociopolítica e a análise crítica experiênciada por aqueles que vivem “do lado de cá” a dramática realidade do continente.
Neste contexto, o I Seminário Estado, Trabalho, Educação e Desenvolvimento: o pensamento crítico latino-americano tem como objetivo, promover o debate em torno da leitura crítica de autores que pensaram e pensam a especificidade das sociedades latino-americanas sob as diferentes temáticas: povos originários, diáspora africana, questões ambientais, geopolítica, dependência e imperialismo, movimento empresarial e educação.